Não queremos que os técnicos do FMI saiam de Portugal de chispes a abanar.
Eles trabalharam denodadamente a Bem da Nação, dia e noite de aleluia, ali bem pertinho do LUX, resistindo heroicamente às putas do Intendente e à encosta das Olaias, duas das nossas maravilhas ao natural.
Assim sendo, como diria o grandessíssimo pensador Manuel Cajuda, é justo que sejam compensados.
Vamos, então, promover um leitão, (- só penso nisto), perdão, um leilão de 10-dez-10 lusitanas obras de arte, cuja receita reverterá integralmente a favor das seguintes benfeitorias para a Europa e cercanias:
- bombardeamento da Finlândia, em dia a combinar com o Almirante Michael Mullem, especialista em erros cirúrgicos.
- deslocalização forçada do padre Melícias para Roma (às segundas-feiras) e Berlim (às quartas-feiras) para expiar os pecados do Berlusconi e espiar os joanetes da senhora Merkel.
- reabilitação de Judas Iscariotes, uma espécie de Fernando Nobre mais coerente.
Contudo, esta humilde artigalhada não estaria concluída se não explicitássemos, com pompa e circunstância, as referidas 10-dez-10 lusitanas obras de arte. Pode ser que o Armando Vara, a despeito da sua reforma de miséria, ainda se aventure à aquisição de alguma delas.
Mão(s) à(s) obra(s):
Lote 1
Uma fotografia de Fábio Coentrão a ler Herberto Helder às escuras.
Lote 2
Uma fotografia, a bronco e tinto, de Alberto João a beber limonada no Pico Grande.
Lote 3
Uma fotografia de Paulo Portas a comprar submarinos na Feira da Ladra. Sépia, a fotografia.
Lote 4
Um carapau frito, assinado pelo arquitecto Souto Moura.
Lote 5
Um bolo de chocolate, sem árvores, confeccionado por Siza Vieira.
Lote 6
Um discurso ainda mais chato de Jorge Sampaio.
Lote 7
Um pensamento com tecto de abrir da autoria de André Villas Boas, seguido de esgar.
Lote 8
Um tiro no pé à Passos Coelho.
Lote 9
O bigode de Sara Ferrari, 96 anos, paraplégica, natural de Palermo e a única mulher italiana que o Berlusconi ainda não tentou comer.
(nota: obra gentilmente cedida pelo museu arqueológico de Bolonha)
Lote 10
O tendão rotuliano de Cristiano Ronaldo. Grande e remexido, no vagar das suas abstracções.
(nota: espero que o leitor aprecie devidamente a subtileza e profundidade desta metáfora de, pelo menos, 32 cm.)
Os interessados deverão enviar as propostas dirigidas à CLP (Comissão Liquidatária de Portugal), Prado do Repouso, ao cuidado de José Sócrates, engenheiro, coveiro e tudo.
PUM!
Vêmo-nos em Marraquexe.