29.9.05
quem me viu
quem me viu no arco da luz, naquele imenso colorido que o céu desenha, julgou-me o ouro ascendendo enfim leve. mas o arco não me sustentou, foi o tão grande amor que me fez, de verdade, pairar, e a chuva secou
25.9.05
parabéns
«free search», de luís melo
faço trinta e quatro anos agora. sim, agora, pouco depois das sete da manhã deste dia vinte e cinco de setembro. estou um homem grande
22.9.05
diamanda galás
ia jurar que, semicerrando os olhos, se podia ver fumo negro saindo da sua boca. um fumo rápido, atarefado com dispersar-se por toda a sala. parecia que nos imergia nos seus misteriosos ofícios. com o tempo, tudo pode acontecer a quem lá esteve
12.9.05
setembro
nunca fui feliz em setembro. há qualquer coisa no fim do verão que me faz mal. o sol que se atenua, a humidade roendo os ossos, o envelhecimento. no fim deste mês faço anos. sempre fiz anos como quem realmente envelhece. as festas, poucas, serviram apenas para sonhar com ser outra pessoa. no ano passado devo ter sido feliz, não à medida da festa que dei, mas à medida de uma excepção. setembro de 2004 não me trouxe uma má surpresa como o de 2003. sim, por justiça penso agora que em setembro de 2004 eu fui feliz e que naquela festa de anos talvez tivesse tudo, sem saber.
para não divagar, prendo-me a isto: «lookaftering» da vashti bunyan, «cripple crow» do devendra banhart, «noah's ark» (com o antony na melhor música) das cocorosie, «floor show» dos baxter dury, «kosi comes around» do dj koze, «takk» dos sigur ros e «lucky dog recordings» do stuart - tindersticks - staples.
poucos posts, muito trabalho, obrigado pelas palavras amigas. desculpem a pouca atenção. setembro não ajuda
6.9.05
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