30.5.07

amanhã inaugura a partir das 17 horas a exposição da isabel lhano na galeria s. mamede em lisboa


e vamos estar todos a dar-lhe uma força porque a admiramos muito e porque o trabalho dela é uma participação na beleza mais delicada do mundo. das 17 horas em diante, na s. mamede, ali na rua da escola politécina, a vir do príncipe real para o rato, «a concha quadrada» (que título lindo) mostra-se e convida toda a gente. (este quadro foi fotografado pelo nelson d'aires)

24.5.07

pombas, o gato fedorento plagiou alguém??? que porra... eu gosto dos gajos, pá, porra

a capa do novo ep dos akado, xiiiii

dois dos melhores poetas portugueses de sempre em conversa com a musa patrícia campos

querem saber uma coisa que não achavam que eu dissesse?
acho muito bem que a lena d'água se mande a este novo disco com roupagens mais jazz numa maturidade que poucos artistas pop em portugal conseguiram viver. há qualquer coisa que faz com que a grande parte dos músicos portugueses envelheça mal, e a lena d'água, de robot teenager e inconsciente tornou-se numa senhora livre, atirada às coisas com uma doce loucura, mas muito mais bonita nos sons, muito mais
o meu amigo abel coentrão, jornalista do público e meu vizinho há trinta anos, chegou à blogosfera, com um abraço meu
porque o esgar acelerado me convenceu e agora não quero outra coisa
boa. o sonhador em full time nomeou o casadeosso para blogue com tomates. uma votação a acontecer aqui.
para honrar o mérito de tal nomeação, republico a capa do meu último livro de poesia, para o publicitar - a ver se vos convenço a irem comprá-lo, que a cosmorama é uma editora pequena e precisa de vender livros - e para matar a curiosidade dos preguiçosos que não vão ver os arquivos

25 marché de la poesie de paris

aqui podem ver a informação sobre a participação de portugal como país tema no marché de la poesie de paris deste ano a acontecer neste próximo mês de junho
aqui podem ver o meu boneco na página oficial do marché, contente por ter sido convidado para lá estar, de barba cortada, a falar em francês esquisito porque infelizmente dá-me para inventar palavras e ser muito preguiçoso

18.5.07

primeiro a imagem depois o poema


ainda hoje te vi saborear em tragos os

contornos das traições

que todos os dicionários evangélicos exibem

como pecados.

inchas como as palavras portuguesas rudes

das penas,

condenaram-te.

tens por ti uma chaga nova em lapa a pesar-

te como vermelho.

já fizeram de ti soluços. fizeram-te ressaca

crespa de sal.

valia-te pensar a possibilidade de

adormeceres de mãos coladas ao peito

sem ouvir as histórias que os tijolos do teu

quarto rezam.

.

imagem de valter hugo mãe. texto de rui effe

17.5.07

mão morta em portalegre

albertino valadares

para que saibam que o pintor albertino valadares tem uma página pessoal acabada de estrear e que pode ser encontrada aqui

16.5.07

www.myspace.com/sandykilpatrick


depois de muito se ter especulado sobre a editora que viria a publicar a obra poética completa de manoel de barros, eis que vejo, com boa surpresa, que a quasi já chegou lá e que o livro pode ser, finalmente, apreciado pelo público português. manoel de barros é um dos meus poetas de eleição; um poeta com muitas fragilidades, mas também muito encanto, como acontece apenas a alguns.
não é coisa de ser perdida, este livro. anda por aí à venda, até na internet, aqui.
tresfreguesesfretesgrutoenadademaisouqueserásemãojá

12.5.07

mário vitória

ontem fui muito bem recebido em são joão da madeira na belíssima livraria entrelinhas, pelo ricardo silva e pela cristina marques e também por três amigas que leram poesia (olá clara, obrigado pelo teu simpático comentário no post abaixo) e por uma plateia muito interessada e simpática. agradeço, assim, o convite e o cuidado posto na sessão. gostei muito de ter estado com gente amiga, no concelho mais pequeno de portugal. obrigado josé e teresa pela companhia no café, obrigado renato pelo jantar bacana, és um madeirense impecável

10.5.07

poema do amor sem reservas, eufórico e irresponsável, inspirado no projecto old jerusalem e, por isso, dedicado ao francisco

existe uma pequena entrada
no lado escondido da casa,
por onde me encontro com ela
para não prevermos a velhice e
todas as dificuldades da vida

existe um coração à pressa
onde pomos o amor, e à pressa
nem velhice nem coisa alguma
nos há-de encontrar. tão bem
escondidos, para lá da pequena
porta da casa, onde só eu e ela
sabemos entrar

existe um espaço ocupado na
minha mão, porque tudo quanto
agarre terá de deixar lugar para
o corpo dela. mais ou menos precise
de trabalhar, sem este toque os
dedos fecham, até a boca pára e
eu esboro para a terra do chão

ruth gwily

nasceu no meu peito uma máquina de amar. tem a cor vermelha do coração, mas é muito mais perfeita. prepara o caminho em frente, limpando-o, aspirando-o, até que seja seguro passar e nada me frustre as emoções. assim que me vires entenderás que estou inteligentemente optimizado

7.5.07

faz qualquer coisa.
liga-me de uma vez por todas.
fico à espera que isso aconteça durante o dia de hoje.
quem quer que sejas, acorda

aniversário da martinha

......

5.5.07

uma alteração grave nas luzes da casa fez parecer que alguém atravessava as paredes da sala. expliquei-o ao administrador do condomínio. abriu os olhos de espanto e perguntou se seria algum fantasma. surpreendeu-me. eu não havia posto essa hipótese. eu julguei que por fim me procuravam, ainda que chegando invulgarmente pelas paredes

4.5.07

paulo praça «a arquitectura da ecologia» - um tema inédito ao vivo na fnac, para um próximo disco

à uma da manhã encontrei-me no centro de um campo infinito. eu e mais ninguém. cheguei ali por força da procura desenfreada de alguém. ali, o lugar mais abandonado. compreendi que procurar desenfreadamente alguém conduz redondamente à solidão. estou de volta. são duas da manhã e não procuro mais quem quer que seja. acredito ser esse o método para finalmente ficar acompanhado

3.5.07

hoje vou à escola secundária de amares falar sobre o que acontece nos corpos no momento em a um falta o que ao outro sobeja. não sei se será confuso, mas para mim é algo muito nítido, e adorarei discorrer longamente até enlouquecermos todos de tanta ideia brilhante

2.5.07

não tenho medo de dizer que me faltas gravemente. só isso pode justificar o vão das coisas todas, aberto subitamente depois de teres partido

1.5.07

na verdade, nunca ninguém se plantou à minha porta noite e dia. nunca ninguém persistiu. mas eu persisto. espero. e se não chegar quem me compense do tempo e da esperança empregues, morrerei convicto de que a solidão foi dignamente a melhor opção