18.5.07

primeiro a imagem depois o poema


ainda hoje te vi saborear em tragos os

contornos das traições

que todos os dicionários evangélicos exibem

como pecados.

inchas como as palavras portuguesas rudes

das penas,

condenaram-te.

tens por ti uma chaga nova em lapa a pesar-

te como vermelho.

já fizeram de ti soluços. fizeram-te ressaca

crespa de sal.

valia-te pensar a possibilidade de

adormeceres de mãos coladas ao peito

sem ouvir as histórias que os tijolos do teu

quarto rezam.

.

imagem de valter hugo mãe. texto de rui effe

9 comentários:

  1. isso tem de ser devidamente fotografado. já sabes que é só marcar uma hora para fazer uns cliques

    ResponderEliminar
  2. o desenho está perfeito. que venha o poema!

    ResponderEliminar
  3. Com asas nos pés,
    inventa-se a leveza da fuga,
    vermelho fugaz
    de querer partir
    sem olhar para trás.

    19-05-07

    ResponderEliminar
  4. E sabe-se lá quantas são as histórias que eles rezam.
    Beijo.*

    ResponderEliminar
  5. afinal quem é o artista plástico e quem é o poeta? assim confundem-me, e logo eu que tenho dificuldade em interagir com coisas mais complicaditas.

    ResponderEliminar
  6. Tenho o desenho enclausurado segundo as normas de emolduramento que me deste. Vamos ao japonês? A Teresa e a Rosário clamam por ti...

    Nova foto para te inspirares, caso queiras, tal como aconteceu com o teu brilhante contributo nas "rectas curvas": http://olhares.aeiou.pt/going_nowhere/foto1247761.html

    Qures vir até cá 5ª feira? Podes?

    Abraço e conta coisas!

    ResponderEliminar
  7. O pássaro obeso chora um amor perdido e a mancha de sangue vai invadir a alma.
    Tão gordinho e elegante.
    Adorei.
    Quando sai um livro de poemas teus ilustrado? Seria um sucesso.
    Beijinhos

    ResponderEliminar
  8. Ó valter,
    Estás cada vez mais a caminho de ser o novo Almada Negreiros da nossa praça...

    ResponderEliminar
  9. tão uindo tão uindinho... faz-me lembrar o Cocteau... assim, leve, levemente...

    ResponderEliminar