nunca fui feliz em setembro. há qualquer coisa no fim do verão que me faz mal. o sol que se atenua, a humidade roendo os ossos, o envelhecimento. no fim deste mês faço anos. sempre fiz anos como quem realmente envelhece. as festas, poucas, serviram apenas para sonhar com ser outra pessoa. no ano passado devo ter sido feliz, não à medida da festa que dei, mas à medida de uma excepção. setembro de 2004 não me trouxe uma má surpresa como o de 2003. sim, por justiça penso agora que em setembro de 2004 eu fui feliz e que naquela festa de anos talvez tivesse tudo, sem saber.
para não divagar, prendo-me a isto: «lookaftering» da vashti bunyan, «cripple crow» do devendra banhart, «noah's ark» (com o antony na melhor música) das cocorosie, «floor show» dos baxter dury, «kosi comes around» do dj koze, «takk» dos sigur ros e «lucky dog recordings» do stuart - tindersticks - staples.
poucos posts, muito trabalho, obrigado pelas palavras amigas. desculpem a pouca atenção. setembro não ajuda
tem piada... eu sinto que agora é que vai ser. é em setembro que tudo começa.
ResponderEliminarSetembro antecipa o colorido do Outubro. Até seria lindo se não (re)começasse também o que, muitas vezes, desejamos esquecer.
ResponderEliminarBoa "rentrée", e bom trabalho!
:)
ResponderEliminarabraço valter
eu, que pouco escrevo, rabisquei num lindo setembro, pouco antes deste novo milénio, uma carta de amor a uma bela rapariga, onde lhe mostrava as vantagens do outono. aquilo da exaltação das árvores que se despem, dos tapetes de folhas e dos tons acastanhados e alaranjados que aparecem, precisamente a partir de setembro...
ResponderEliminarpenso que o elogio do outono foi uma vaidade. a vaidade de um jovem despreocupado (e apaixonado) que caminha sobre a velhice que estala a cada passo, sem pensar que, afinal, também é uma das muitas folhas que secam e caiem ao chão.
contudo (e esquecendo a linda rapariga, esquecendo a linda rapariga, que não interessa), continuo a gostar de castanhas assadas. Já lhes sinto o cheiro e o fumo, vindo da avenida central, até à velha-a-branca.
come castanhas, amigo valter, come castanhas que felicidade são as quentinhas...
Lembrou-me isto um poema...
ResponderEliminar"As primeiras folhas de Setembro...
Folhas?
Que disparate!
Como se Setembro fosse um livro,
ou uma árvore, e eu
fosse um pássaro
capaz de amar-te!"
Alexandra Malheiro
in "Poemas SMS"
Em Setembro cara de poucos amigos e manhã com figos.
ResponderEliminarAgosto tem a culpa, Setembro leva a fruta.
ResponderEliminarEm Setembro ardem os montes e secam as fontes.
ResponderEliminarEm Setembro semeia o teu pão mas escuta o que o teu vizinho diz, porque no dia oito o centeio deve estar da altura da pena da perdiz.
ResponderEliminarNão peças a morte a Deus, nem a chuva por São Mateus.
ResponderEliminarSetembro molhado, figo estragado
ResponderEliminarSetembro, ou seca as fontes ou leva açudes e pontes
ResponderEliminarDeixa lá que vem aí o Inverno!
ResponderEliminarE com essas escolhas musicais ficas muito bem acompanhado.
Setembro é o teu mês, homem da tarde
ResponderEliminaranunciado em folhas como uma ameaça
Ninguém morreu ainda e tudo treme já
(...)
Rui Belo
RUY BELO
ResponderEliminarmeu caro valter,
ResponderEliminarPor onde o verão acaba e o outono começa
uma incerteza prima por uma brexa de novidade.
sente-lhe a luz, mesmo que pálida .
um abraço
antónio gonçalves
meu caro valter,
ResponderEliminarPor onde o verão acaba e o outono começa
uma incerteza prima por uma brexa de novidade.
sente-lhe a luz, mesmo que pálida .
um abraço
antónio gonçalves
É o Outono a puxar por nós... creio que em Setembro todos temos essa nostalgia...
ResponderEliminarPassei para ler-te. Deixo um abraço ;)
Em Setembro a poesia confunde-se cos cores das folhas que tombam.
ResponderEliminarhttp://maniasymanias.blogspot.com/