mais uma vez, as mulheres vieram bater à minha porta para me perguntarem se as flores vermelhas haviam nascido para dentro de casa. eu disse que não. que fechava as janelas à noite e que elas se retraíam, voltavam ao jardim. no dia seguinte, espreitariam certamente, mas mais nada. desconfiaram. quase arrombaram passagem para se assegurarem de que eu não estava a mentir. não gosto quando me julgam capaz de esconder algo tão pouco importante. fechei-lhes a porta na cara, como mereciam, mas fiquei a pensar se não seria melhor deixar as janelas abertas uma só noite. o suficiente para que a casa ficasse semeada, como um sangue que se transferisse para uma intimidade tão diferente mas tão importante para mim agora
8.11.07
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Essas senhoras também vieram aqui a casa no outro dia. Foi a minha mulher que lhes abriu a porta e deixou-as entrar porque não imaginou que fossem tão chatas.
ResponderEliminarFizeste bem em não as teres deixado entrar.
e eu? arranquei a porta à minha casa, para ninguém ousar tocá-la.
ResponderEliminarvalter, este texto está o que já sei esperar de ti. terás tido frutos do meu pomar?
luísa
:)
ResponderEliminarainda não te dei os parabéns pelo muito bem merecido prémio!
ResponderEliminare que haja escrita a correr pelas artérias!
parabéns, Walter Hugo!!
e um beijo