estive fora uns dias e a notícia que recebo no regresso é a tão triste da morte de antónio sérgio. no tempo em que a música viajava com dificuldade, cara e rara, preciosa como tudo, a rádio tinha um papel fundador (como o antigo blitz também, e alguns fanzines, como o ibérico, o peresgótika, o kill your idols, etc). o papel do antónio sérgio era brilhante, o de um entusiasta que tinha a possibilidade de aceder ao que se fazia na música da época e o divulgava como quem partilha e educa. eu, que era um puto sem dinheiro a viver na periferia da periferia, desenvolvi uma avidez, impossível de satisfazer, por música nova, e a rádio era o meio, era o caminho dos esfaimados que, de entre tanta porcaria a passar, seleccionavam cuidadosamente e religiosamente o que era preciso ouvir. e o antónio sérgio era preciso ouvir. muito do que hoje somos enquanto ouvintes, enquanto melómanos, tem que ver com anos de amizade com essa fonte generosa que foram os seus programas. nunca o conheci pessoalmente. achava que um dia aconteceria. não aconteceu. tenho pena. teria sido o mínimo retribuir-lhe num abraço a importância que teve para a minha estranha geração
6.11.09
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ó Valter, mas tu nen sequer ouvias o António Sérgio:-)
ResponderEliminarcá vai outro.
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