11.2.08

teorema de valter - por paulo brandão


no museu nogueira da silva, em braga, decorre uma colectiva onde se insere uma instalação do paulo brandão intitulada «o teorema de valter», que recolhe: um texto meu, o meu cabelo, as minhas unhas, os meus pêlos púbicos, a minha urina e o meu esperma. a fotografia inclusa é do rui pires

12 comentários:

  1. que coisa, eu já tinha tido uma ideia semelhante para uma exposição plástica!

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  2. e isso não é assim um bocadinho uma coisa à la "artista-divino", a quem temos de guardar todos os dejectos num museu por ele ser tão grandioso e tão sagrado?

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  3. - Ó mãe, ó mãe!! está uma laranja no blogue do senhor valter.
    - O que é que está para aí a dizer, miúda?
    - É verdade, eu vi... está lá, é daquelas grandes.
    - Ai, meu deus... vamos lá ver isso...
    - 'Tás a ver, mãe?... Eu não te dizia?
    - Xiça!!! E não é que a miúda tinha mesmo razão...

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  4. Caramba, e eu que fui a Braga e só andei nos Saldos...

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  5. - Ó mãe, ó mãe!! está um palerma a meter coisas estúpidas nos comentários do blogue do valter...
    - Deixó'star, filha, não lhe ligues... aquilo passa-lhe, é só falta de sexo.

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  6. confesso que sempre achei um pouco ridicula a ideia de instalação no sentido de poder ser qualquer coisa profundamente desinteressante desde que com o carimbo e a assinatura certas. não são todas, são só demasiadas. ainda não vi esta. vou ver com certeza. apesar de achar um pouco nojenta a ideia de exposição de unhas, urina, pêlos púbicos e demais...

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  7. .
    muito gilbert & george.
    .
    às vezes resulta bem, a exposição dos fluidos.
    .

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  8. Um bocado nojenta a instalação.
    Por muito bom que seja "em vida" o exposto (e é, que eu li!), a mortalidade não é "ocidental" e acaba por se tornar repugnante a exposição do "morto". Não mereces, valter, uma prova assim.

    Pedro Soares

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  9. Nota prévia em jeito de glossário:
    artistar | v. t. executar a actividade de um artista/criador/autor.

    Um artista convida outro a artistar num período definido de tempo e a apresentar resíduos do seu corpo artista (em estado de ‘artistamento’) recolhidos nesse período. São apresentadas a proposta do primeiro – Paulo Brandão –, o produto artístico do segundo – valter hugo mãe – e os resíduos do corpo deste, como provas de que se artistou.
    De uma forma simplificada, é com esta instalação que o espectador se depara ao confrontar-se com ‘O Teorema de valter’. Mas Paulo Brandão deixa vestígios nesta obra de questões bem mais intrincadas.
    Começo pelo tempo. A criação de um qualquer objecto artístico tem sempre um tempo. Bastante indefinido no seu início. Tangencialmente definido no seu fim. O tempo de quem cria. O tempo de quem vê. O tempo em que a obra existe enquanto ideia. O tempo em que a obra existe enquanto materialização da sua ideia. O tempo em que a obra passa a existir como registo de si mesma (apenas algumas o fazem). O tempo em que a obra passa a existir como reflexo das obras que existem no seu tempo (a poucas se permite tanto).
    A ciência (não nos esqueçamos que a proposta que enquadra esta instalação é um olhar ‘da sociedade’ sobre a ciência e os cientistas) conseguirá provar que os resíduos são do valter (a nós resta-nos acreditar). Conseguirá provar que os resíduos foram recolhidos no tempo compreendido entre o convite para criar um texto e a fixação material do mesmo. E, utopicamente, conseguirá num futuro longínquo (em que a arte se reflecte num factor genético qualquer passível de ser quantificado, qualificado e classificado) provar a existência desse texto em latência a partir das provas corporais apresentadas (a nós resta-nos não considerar esta possibilidade demasiado ridícula).
    Conseguirão a arte ou a ciência, um dia, definir claramente qual o tempo de uma obra? Definir um nascimento e um óbito?
    Há também a questão da existência da arte antes da sua materialização (assumo aqui que a arte é o somatório dos períodos em que é ainda uma ideia e em que já é uma obra materializada). Conseguirá um criador provar que a obra que cria é a materialização da enunciação que fez dela ao iniciar o processo de ‘artistamento’? Ou deverá delegar esta responsabilidade à ciência, com os seus métodos, ferramentas e objectivos?
    Poderá ser uma relação de dois sentidos, ao considerarmos que um cientista, ao interpretar, descodificar e avaliar os seus objectos de estudo, necessitará igualmente de artistar de modo a poder reunir as informações disponíveis, criar as informações ocultas, interpretar este conjunto e dar-lhe um sentido (escrevo isto e apercebo-me que qualquer espectador se pode identificar com este cientista). Conseguirá, então, um cientista provar que o objecto que estuda é a materialização da enunciação dele ao iniciar o processo científico?
    Sente-se ainda o derradeiro desafio, latente na enunciação do autor deste teorema: estaremos perante um artista se a obra existir apenas nele e nós tivermos o acesso a ela negado? Competirá aí à ciência provar (ou não) a existência da obra apesar da sua não materialização.
    HUGO LOUREIRO

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  10. o pb e o vhm, levam-me a interpretar uma antecipação da exposição/ instalação que todos vamos realizar no dia seguinte ao nosso último dia: entre tecidos brancos frangeados, madeira castanha brilhante e odorífera, rodeado por jardim de bouquets... ali exposto, aos olhos dos amigos e outros, há um corpo frio e uma/ muitas ideias vivas e epitáfios que podem ter textos como estes 2 ou outros com menos palavras

    e mórbido é imaginar como o vhm sacou o fluido testicular para a exposição...



    kónegho

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  11. valter, estás a ficar um narciso exibicionista...

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  12. Para fins performativos, onde me inscrevo para uma dotação de esperma do valter...?

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