(fotografia de miguel rio branco)
existem na minha vida algumas grandes cisões que parecem momentos de passagem para estádios seguintes de difícil retorno. há cerca de dois ou três anos iniciou-se um processo algo doloroso que culminou com o meu afastamento de muitas pessoas com quem convivia familiarmente.
nesse seguimento, a maioria dos meus amigos brasileiros viram-se algo esquecidos, tendo eu afastado os contactos e submergido num autismo grande para escrever, ou contemplar, ou simplesmente esperar que as coisas se tornassem um pouco mais cor-de-rosa no mundo dos meus bonequinhos-monstros.
entre as pessoas de quem mais senti falta estarão o marcelino freire, o régis bonvicino, o antonio cicero e o eucanaã ferraz. hoje, encontrei na internet uma página muito completa do régis, lembrei-me desses tempos e de todos. também da adriana calcanhotto, do caetano veloso, e tanta mais gente que nem sei. cada um deles, em determinados momentos, representou um espaço familiar muito especial para mim, que estive no brasil em visitas prolongadas e sempre sensibilizado com a amizade.
com o régis fui ao velório de haroldo de campos, jantei no topo duma torre infinita no centro de são paulo, discuti a sibila e a poesia portuguesa que poderia ser ali representada.
com o marcelino, há tanto tempo, surgiu a ideia de fazer a antologia «putas», editada há muito na quasi, fui comer a um restaurante que faz pizzas na panela, conheci o grande escritor evandro ferreira, partilhei o amor pela lula pena. conheci a carol, que me ofereceu um pato com música que ainda tenho na minha árvore de souvenirs.
com o antonio cicero conheci a elegância, o trato delicado mas firme, a simpatia, conheci marina lima, belíssima e vi a vista sobre a lagoa, ri muito.
com o eucanaã, mil coisas, tantas que pensei não ser possível que nos deixássemos de falar. porque os amigos entendem-se, se não no momento, mais tarde, porque o coração continua a dizer-lhes coisas e a obrigá-los a uma aproximação. com o eucanaã conheci a graça, de quem gosto muito.
depois de ver o régis, fiquei assim. enfim. espero que estejam todos bem. como estou também. como estou também.
para mais, reproduzo o poema «erótica de fã» incluído no meu último livro «pornografia erudita»:
quero não ficar espantado se me nascer
um filho de tanto ouvir caetano veloso,
quero não explicar nada sobre este tão grande amor
um filho de tanto ouvir caetano veloso,
quero não explicar nada sobre este tão grande amor
o homem é bem capaz disso;) um grande amor da minha vida também. tenho saudades tuas, venho cá quase todos os dias mas nem digo nada:( tou farta de cena virtual, como diz a natacha: anfan...
ResponderEliminarbeijos, meu amor*
acreditas que a cena aqui em baixo para word verefication é divaga!!???
hihihihi