«Apercebemo-nos de que as coisas estão a correr realmente mal quando se torna totalmente irreprimível a vontade de falar, de falar alto, de dizer BASTA !
Israel iniciou mais uma campanha totalmente criminosa na faixa de Gaza, alegadamente contra os militantes do Hamas. Com recurso a bombardeiros F-16 iniciou um bombardeamento sobre uma das regiões mais densamente povoadas do planeta cujas fronteiras o mesmo Israel vedou previamente. Neste momento as bombas caem sobre uma região com uma população semelhante à de Lisboa, mas de menor área, e de onde ninguém pode sair. Acrescente-se a isto o facto de o encerramento das fronteiras ser em ambos os sentidos, de modo que já há muito tempo que os abastecimentos normais de uma comunidade se deixaram de realizar. De vez em quando Israel abre um posto fronteiriço e permite a entrada de abastecimentos que agora são sempre de carácter humanitário, uma vez que o isolamento forçado tem vindo a provocar uma situação de autêntico desastre humanitário, com carência alimentar generalizada, escassez de medicamentos, falta de abastecimentos de toda a ordem, etc…( para não falar das consequências desastrosas que a interrupção de todo o fluxo de pessoas e mercadorias acarreta do ponto de vista estritamente económico)
Este acto pretende atingir o Hamas, mas qualquer pessoa com um mínimo de bom senso percebe, olhando para as fotos que nos têm chegado, que os mortos entre os civis são obrigatoriamente mais que muitos. Nunca é demais lembrar que ao povo palestiniano está vedada pela lei internacional a criação de um exército e que os ataques de rockets por parte dos palestinianos são feitos com recurso a material rudimentar, e que é este o único modo que os resistentes de Gaza têm de se oporem à ocupação (e mil outras violências que a nossa imprensa livre raramente refere), e de se insurgirem contra a indignidade que são vítimas quotidianamente. Ao longo de um ano aconteceram centenas de ataques de rockets palestinianos contra território israelita (que em rigor não o é por ser resultado de ocupação ilegal à luz da lei internacional, e em violação de um numero recorde de resoluções das Nações Unidas) que causaram a morte a 8 israelitas. Desde anteontem a vingança suja do exército “moral” de israel matou 320 palestinianos e feriu 1400. Até antes de anteontem, e desde a recente vitória do Hamas em eleições livres, monitorizadas pela OSCE , o exército Israelita já tinha assassinado mais de 13oo palestinianos. Tal estado de coisas têm a sua continuidade garantida por via do beneplácito dado às acções de Israel por parte de vários países ocidentais, liderados pelos EUA, esse grande exportador de democracia.
Estou mais que nunca convicto de que a internet há-de ser uma ajuda, por pequena que seja, uma vez que que graças a ela este desabafo há-de ir mais longe que as paredes do meu quarto. Se mensagens como esta se multiplicarem, talvez os donos do mundo se apercebam subitamente de que somos milhões a observá-los, a eles, absortos nos seus festins de sangue.
Os tempos estão perigosos e trazem à memória sombras funestas do passado…hoje em dia é mais difícil que nunca, em parte graças à internet, dizer, quando coisas assim acontecem, que “não sabíamos”…sou mais uma vozinha a clamar, se calhar no deserto, mas este post é o testemunho de que a mim nunca ninguém me poderá incluir no número dos que viu e calou.
P.S. este post é para continuar. Para já, deixo ficar uma imagem bem ilustrativa do rumo que têm levado as constantes negociações.»
Tenho seguido com muita atenção o que se tem passado daquele lado do mundo. Concordo que Israel não pode continuar a assassinar milhares de civis, mas sinto-me absolutamente impotente para fazer o que quer que seja que imprima alguma diferença. Manifestar indignação é o minímo, por isso aqui fica também a minha.
ResponderEliminarPatrícia Reis
حرية لفلسطين , que é como quem diz "hurriya li-FalasTîn", que é como quem diz "liberdadade para a Palestina"!
ResponderEliminarBilderbergs, Kissingers, Bushes, tudo a mesma corja, todos em apoio à desumana ocupação de Israel em solo Palestiniano. E enquanto os EUA apoiarem incondicionalmente as políticas de extermínio e genocídio que os judeus põem em prática, esquecendo o que sofreram às mãos de Hitler, os conflitos no Médio Oriente nunca terão fim. E Barak Obama, infelizmente, não ser excepção, pois depende demasiado do dinheiro sujo dos judeus...
ResponderEliminar.
ResponderEliminarde todas as viagens que fiz, a da cisjordânia foi a que mais me marcou - não se sai incólume perante um povo cativo na sua própia terra.
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viste 'intervenção divina' do elia suleiman? mostra bem o que é estar impotente, em desespero, paralisado e incapaz de mudar a ordem dominante e em como isso leva a uma pressão tal que os indivíduos acabam por projectar as suas frustrações uns nos outros - isto é também o que significa estar num 'ghetto'.
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Realmente a nossa impotência é grande, mas pelo menos damos vigor à nossa indignação. Por isso um poema ("O território dos anjos"), por muito frágil que seja o seu eco, sempre é alguma coisa. Assim, no meu blogue, com o link direccionado ao teu blogue e a este teu/nosso grito, foi o que eu pude/posso fazer para gritar contra esta barbárie.
ResponderEliminarJoão Rasteiro
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http://www.nocentrodoarco.blogspot.com/
Realmente, o que está ocorrendo em Gaza é um massacre e acho que a comunidade internacional tem de intervir.
ResponderEliminarConquanto o armistício poderoso está nas mãos de Israel, em contra-partida o fundamentalismo islâmico do Hamas não poupa a humanidade.
Haja vista, comentários solidários com o massacre já eram previstos por esse grupo, comoção internacional, essa era a intenção, e foi por isso que reiniciou os ataques com mísseis, por saber que sua principal arma era o contingente de mortos civis resultante da mais que provável reação de Israel.
E que Deus tenha piedade!
lembro-me tantas vezes, demasiadas, da frase do lennon que estranha este mundo onde a guerra se faz à cara-podre e o amor temos de ser recatos. talvez, um dia, quando, quando a criatura-humana for capaz de usar mais o pensamento e a lógica essas palavras deixem de fazer sentido. "que a crise não chegue aos nossos corações"
ResponderEliminarhttp://www.youtube.com/watch?v=jvRGLjlCO9A
ResponderEliminarainda não vi mas hoje veio parar-me às mãos. muito a propósito. eu acredito que os humoristas são gente muito séria.
A coisa está a começar (no dia em que aqui te deixo este comentário) a ter contornos e proporções irreais. Israel é um país fora-da-lei. Isso, apenas isso, não menos do que isso. É revoltante.
ResponderEliminarOlha, um abraço.
André.
http://portail.islamboutique.fr/gaza2008/
ResponderEliminarsem palavras
Vi hoje imagens da guerra. Vi hoje imagens de crianças e jovens a fugir, feridos, mortos. Não compreendo quem mata crianças. Fez-me muita impressão...
ResponderEliminarhttp://amacomoaestrada.blogspot.com/2008/12/harold-pinter-1930-2008.html
ResponderEliminareste texto, escrito por Harold Pinter em 2001, é perfeitamente actual. a ler e reler...
Não é justo que Israel destrua o pouco que resta de Gaza, para se proteger. Sim proteger! As centenas de Rockets não fazem vítimas (ou Poucas), mas no entanto caem nos pátios de escolas (assim como as bombas israelitas o fazem em GAZA). Os Israelitas tentam proteger os seus cidadãos com Bunkers ao pé de paragens de Autocarro. E os líderes do Hamas, continuam a dizer publicamente que só ficam satisfeitos com a destruição de Israel, mas nada fazem para protege-los... a não ser lançar Rockets de pátios de escolas e Hospitais seja proteger. Os rockets rudimentares, além de fabricados em Gaza, também são fornecidos por países outros que têm interesse em que um povo apátrida destrua um outro com um pátria imposta. No fundo são todos terroristas: Todos estão a defender-se, todos matam mulheres e crianças. Também ninguém se lembra dos atentados suicidas que matavam trinta israelitas num autocarro... E ninguém se lembra quantas crianças morriam de fome em Gaza... Nem os próprios palestinianos da FATAH. E nós... Contestamos uma guerra que se fosse no nosso quintal apoiaríamos incondicionalmente.
ResponderEliminarA paz naquela região, ou em qualquer região só se consegue com pessoas de boa fé a lutarem não para se matarem umas às outras mas para construir um futuro.