30.6.05
cosmorama
de matthias herrmann
às 17.30h, hoje, na livraria lello, no porto, apresento os livros «melopeia», do josé rui teixeira, e «o tempo mais puro», da isabel coelho dos santos.
para dizer que sim aos espanhóis, hoje escolhi uma fotografia do matthias herrmann, louco e genial.
infelizmente não consigo usar o hello que me punha fotografias no blogue retiradas directamente dos meus ficheiros. queria publicar uma de um pedinte que se aliviava na rua às oito da manhã, mas não tenho como. descarrego o programa mas, por algum delicado motivo, não opera, raios o partam
27.6.05
cinco canções para apaziguar corações com raiva
carla gonçalves, «atacados pela raiva»
uma.velvet underground «candy says»
duas.pop dell'arte «o amor é um gajo estranho»
três.caetano veloso «samba e amor»
quatro.radiohead «you and whose army»
cinco.sylvia telles «amor em paz»
torre de moncorvo
um calor incrível não impede que os transmontanos subam a compôr telhados. as pessoas passam muito carregadas nas ruas, olham para mim desconfiadas do meu olhar turístico. pensam, talvez, que difícil é alguém lembrar-se de ir por ali, e de onde viria eu. um senhor, tendo-lhe perguntado onde ficava a biblioteca, achou que eu seria inglês. devo ter falado rápido de mais, tinha sede, suava como burro, e nas mãos colavam-se umas amêndoas com açucar com que me deliciei à bruta
25.6.05
.
24.6.05
filipa sufragista
da linda joana rêgo, «in a box (dream)», acrílico sobre tela de linho -100x100cm - 2004
alguma entidade conspira contra nós. não te consigo responder aos emails. qualquer coisa que te envie, é devolvida em minutos, como censura nos dias de hoje. obrigado pela tua delicada simpatia, obrigado pela amizade e, por favor, se me vires passar outra vez, na feira a caminho dos fura dels baus ou em outro lugar, grita ou agarra-me, diz-me qualquer coisa, teria muito gosto. entretanto, e como está calor e não há sol, os turistas vieram a vila do conde passear de carro. está a cidade cheia de gente sem vontade de estacionar. e tu onde vives. és da feira, pergunto. na feira também vi o projecto desenvolvido pelos von magnet, que adoro.
entretanto, olá eduardo pires. seu espertinho, tira a mão daí, que é feio
20.6.05
compilação mágica para convocar o amor
um.arve henriksen – opening image
dois.animal collective + vashti bunyan – prospect hummer
três.antony and the johnsons – hope there’s someone
quatro.isobel campbell – amorino
cinco.xiu xiu – sad pony guerrilla girl
seis.cat power – evolution
sete.devendra banhart – autumn’s child
oito.in gowan ring – two wax dolls
nove.baby dee – when i get home
dez.current 93 – soft black stars
onze.patty waters – hush little baby with ba ha bad
doze.coil – an emergency
treze.this mortal coil (com elizabeth frazer) – song to the siren
quatorze.dead can dance – frontier
quinze.alpha – sometime later
dezasseis.cocorosie + antony – beautiful boyz
dois.animal collective + vashti bunyan – prospect hummer
três.antony and the johnsons – hope there’s someone
quatro.isobel campbell – amorino
cinco.xiu xiu – sad pony guerrilla girl
seis.cat power – evolution
sete.devendra banhart – autumn’s child
oito.in gowan ring – two wax dolls
nove.baby dee – when i get home
dez.current 93 – soft black stars
onze.patty waters – hush little baby with ba ha bad
doze.coil – an emergency
treze.this mortal coil (com elizabeth frazer) – song to the siren
quatorze.dead can dance – frontier
quinze.alpha – sometime later
dezasseis.cocorosie + antony – beautiful boyz
mensagem ao dia feliz
imagina que deus te fez para mim. como se a maravilha que vivo fosse só a consequência da sua vontade. imagina que tudo será perfeito, mesmo que, tão precipitadamente, entendamos ter encontrado o que não existe
18.6.05
graça martins
graça martins, «par délicatesse j'ai perdu ma vie, rimbaud», acrílico s/tela,60x80cm, 2002
graça martins, «pijamas», grafite s/papel, 43,5x61cm, 1991
a graça martins é uma amiga muito querida conhecida pelo seu trabalho plástico assíduo e ligado privilegiadamente ao universo da literatura. são várias as ilustrações que fez para livros, os retratos de escritores que criou, bem como as homenagens que prestou a outros, como rimbaud ou oscar wilde. o seu estilo tem muito de gráfico, mantendo sempre presente uma delicadeza sensível, conseguida por um cromatismo rico, mas também pelo recurso a um traço fino no encalço do desenho ao mesmo tempo terno e belo. as personagens de graça martins parecem, as mais das vezes, contornos de filigrana, e as cores servem sobretudo para os cenários florais sugerindo estética e aromaticamente o prazer de pintar.
mostro-vos a homenagem a rimbaud, que amo, ao rimbaud e à homenagem da graça, onde a artista usa a técnica da colagem e, reparem bem por favor, constrói umas impressionantes folhas, perfeitas como naturezas vivas velando a alma do poeta. mostro-vos um desenho de uma série de meninas vestidas de pijama, onde se revela, com mestria, a destreza do traço da graça martins, resultando numa figuração rara ao alcance de poucos artistas.
a graça tem uma nova página, bom pretexto para vos falar dela aqui e vos propor a visita. e depois procurem os livros que ela ilustrou. uma dica, há por lá coisas da isabel de sá, poeta (e artista plástica) que vos obrigaria a ler se mandasse no mundo
17.6.05
rrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrr
e o menino naquele dia, farto de esperar, disse, quero namorar, quero namorar. mas porque raio não aparece um amor na minha vida, perguntou ao povo atento e curioso, e ficou à espera que alguém se pronunciasse
16.6.05
francisco laranjeira
francisco laranjeira, sem título, 2004, acrílico sobre tela, 97x130cm
francisco laranjeira, sem título, 2004, acrílico sobre tela, 50x35cm
o francisco laranjeira é um artista vilacondense marcado pela riqueza cromática e por uma rara capacidade de encontrar harmonia no caos. as suas telas são sobretudo essa experiência de equilíbrio entre milhares de elementos, como se equilibrasse uma informação tendencialmente infinita, mantendo a sobreposição típica da concorrência dos elementos, mas fazendo, ao mesmo tempo, apelo a um espectro cromático que nos sugere a ordem puramente estética.
mostro-vos aqui duas telas recentes que, ambas sem título, distingo por azul (2004) e vermelha (2005). não são de todo as telas mais características do pintor, porque me parecem mais orgânicas do que as precedentes, recriando ambientes naturais que se distinguem dos emaranhados mais geométricos a que estávamos habituados.
a tela azul, talvez a minha preferida de todo o trabalho do francisco, sugere-me azulejos de parede já sujeitos ao jardim, digo assim porque me parece um painel atacado de musgos, com verdes a intervirem – como se da idade se tratasse – sobre a obra. na tela vermelha a referência a uma certa ideia de paisagem, com pôr-do-sol, é criada através de formas primárias, marcando lugar entre o que poderia ser uma arte europeia de influência africana.
há uma página onde podem – e devem – entrar para aprenderem tudo sobre este artista (não só pintor) que no outono terá nova exposição no auditório municipal desta cidade à beira mar plantada. apontem na vossa agenda e venham ver isto em grande, como grande é
13.6.05
carla gonçalves
«o jardim das delícias», de carla gonçalves
a minha amiga carla gonçalves, que muito admiro enquanto pessoa e pintora, acaba de chegar ao mundo virtual com a inauguração da sua página belíssimamente simples. foi criada - mais uma vez o elogio - pelo mestre rui monteiro, criador da minha própria página.
é uma oportunidade para todos conhecermos melhor o trabalho da carla, feito de cortes e surpreendentes aparições na tela de «gente» nunca vista. gosto do seu imaginário desbastado, criado para a imprecisão. aconselho vivamente a visita e a sondagem para a compra dos seus trabalhos que, neste momento, são ainda acessíveis às bolsas de quantos queiram possuir uma obra de arte que, no futuro, estou certo, se valorizará grandemente
12.6.05
na casa das artes de famalicão, eu e o antony
não se vê muito bem, mas foi o que deu para fazer com o telemóvel já nada terceira geração nem particularmente artístico. isto para vou mostrar a minha carinha de apaixonado e para vos dizer que o antony canta «beautiful boyz» (com z), no novo «noah's ark» das cocorosie, a sair a treze de setembro. o álbum é excepcional, à medida das duas irmãs mais bonitas da música actual, e o tema com o antony - não sou tendencioso, é a mais pura verdade - é o mais bonito. aliás, talvez se lembrem da canção, foi cantada pelas cocorosie e pelo antony na visita que nos fizeram no ano passado (duas noites no porto, uma noite em lisboa).
11.6.05
in gowan ring
b'eirth, auto-retrato, feito em 2001 em montesinho, portugal
o concerto dos a hawk and a hacksaw foi muito bom, ontem, no meu mercedes é maior do que o teu. para umas trinta pessoas mais atentas, a vinda de jeremy barnes ao porto foi mais um dos momentos imperdíveis daquela pequena catedral da música contemporânea.
mas hoje ouço o projecto in gowan ring. amo de paixão o trabalho de b'eirth, que até já andou longamente por portugal. uma música ritual cheia de espírito, como convocação plena dos deuses. regressamos a um tempo de coisas aladas, de céus carregados de cores, vozes de afinação infinita para honrar a dádiva da condição humana. b'eirth, casa comigo, por favor
10.6.05
a hawk and a hacksaw
tocam esta noite no meu mercedes. a não perder este senhor, também dos lindos neutral milk hotel
8.6.05
velha a branca
7.6.05
respondo ao repto do ricardo:
um. total music volume in my computer:
cerca de 300 albuns. ainda nada comparado com a minha colecção de mais de 2000 cds originais. é um vício, admito.
dois. the last cd i bought:
dois ao mesmo tempo: niobe «voodooluba», e nathan michel «the beast»; ambos edição sonig.
três. song playing right now:
in gowan ring «the wanderer», ao vivo em sintra.
quatro. five songs i listen to a lot lately, or that mean a lot to me:
antony and the johnsons «hope there's someone»
bauhaus «she's in parties»
vashti bunyan «just another diamond day»
mederic collignon, sem título
jonathan bepler «compression prelude»
cinco. people to whom i'm passing the baton:
6.6.05
a vida e o regresso às coisas do sol
braga estava quente esta manhã. pena não ter tido tempo para passar na carbono. mas a conversa com o filipe castro e com o antónio alberto silva foi boa. o antónio juntou-se ao rol de cinco amigos que tenho e que conhecem os current 93. de cada vez que encontro alguém que sabe, com substância, quem são os os current, nem acredito. estou, neste aspecto, habituado a ficar sozinho no mundo.
a viagem ao funchal e a estadia em lisboa foram muito boas. diverti-me e gostei de ver as gentes. tenho sempre espaço para conhecer mais alguém.
andei pelas feiras do livro. prémio, este ano, vai para a do porto que, além de ser coberta e nos poupar ao calor, apresenta uma pequena mas bonita exposição de ilustrações. em lisboa destaco o pavilhão dos pequenos editores. não percebo porque não existe cá em cima. será que os pequenos editores são tão pequenos que os organizadores do porto não os conseguem ver, pergunto. são alguns dos meus favoritos: & etc., angelus novus, frenesi, edições mortas, black sun, entre outros.
ouço ininterruptamente o antony, desde que o vi ao vivo em famalicão no passado dia 30. devo visitá-lo em nova iorque num futuro próximo. estou a convencer-me de que vai acontecer
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