21.12.04

nove cds internacionais

«born heller», born heller
josephine foster de volta comjason ajemian para a delicadeza e antiguidade de sempre. canções folk de sabor a tradição e oralidade. coisas de cantar no tanque ou de embalar crianças. lindo.

«a book of songs for anne marie», baby dee
delicado e magistral na sua solitude. um objecto raro, de edição limitada a cento e cinquenta exemplares. talvez o melhor trabalho desta deusa urbana do desalento. uma deusa para se amar.

«chiaroscuro», arve henriksen
se de tudo o que aconteceu em dois mil e quatro tivesse de salvar apenas uma coisa com a qual fugir para uma ilha deserta… por causa do disco inteiro, mas a primeira faixa explica suficientemente e bastaria.

«la maison de mon rêve», cocorosie
as meninas dos brinquedos de música, com vozes de soprano e alcoólica. música para partir corações e colar. bricolage perfeita. amorosa e assumida.

«nino rojo», devendra banhart
segundo cd de devendra banhart do ano. nem por isso pior do que o primeiro. as canções sempre melodicamente ágeis e as letras profundamente perspicazes e inteligentes.

«rejoicing in the hands», devendra banhart
o primeiro dos dois. depois de editar as demotapes que gravou durante anos sem grandes condições, devendra abre dois mil e quatro com o poderoso retorno à canção, ao tom hippie e festivo do poder das flores. todo ele é génio e música.

«seven swans», sufjan stevens
delicado e sensível. um disco para se ouvir sozinho, com a vontade intensa de se estar acompanhado.

«you thrill me», patty waters
o melhor disco de todo o sempre, na minha modéstia opinião, chama-se «college tour», foi gravado em mil novecentos e sessenta e seis e é de patty waters, a diva do jazz livre como os passarinhos. talvez por ter gravado tamanha pérola, patty esteve anos a fio afastada das lides da música, só voltando a gravar em noventa e seis, deixando uma discografia completa de apenas três títulos. este ano, com a graça de deus e de todos os santos, uns senhores decidiram vasculhar coisas antigas e reunir peças alternativas e trechos curiosos que nunca vieram a público. o resultado é este disco que, como tudo da diva, é imprescindível para a felicidade de um melómano moderno.

«fabulous muscles», xiu xiu
tudo neste disco agora. a raiva e a melodia, a paixão, o amor e o sexo (explícito). jamie stewart a compor melhor do que nunca. os músculos fabulosos inspiraram o melhor cd deste grupo de vanguarda, um dos mais excitantes da cena actual

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