acredito cada vez menos em boas festas. ou as boas festas são iminientemente dotadas de alguma maldade, e não é disso que se fala na fogueirinha do natal.
talvez por isso, e porque sou um rapaz na linha do horizonte, desejei lentamente felicidades aos meus amigos, e a alguns não disse nada, como tanta vontade tenho tido de permanecer: sem dizer nada.
redimo-me agora: boas festas, sem maldadezinha alguma, cheias de esperança para um novo ano como deve ser.
um ano europeu de grande nível, sem sócrates, sem direita, sem taxistas mentirosos, sem concertos do andré sardet, sem livros da margarida rebelo pinto, sem televisão bela, morangos ou estrelinha, sem a minha vizinha do lado, sem amores indecisos, sem amigos com telemóveis secretos, bom nome, com a pila à mostra, com batalhões de orgasmos, com música rock, com mil discos novos dos wolfmother, com mil livros novos do rui lage, com beijos na boca da malta desconhecida que passa na rua, com noites infindáveis no plano b, com a inês, com a inês, com a inês, e com o bruno, e com o bruno, e com o bruno, com camisolas sujas, com viagens a nova iorque, com orgias de patos, com blogues de grande template, com o silêncio do papa, com o sétimo eduardo cheio de sobrinhos, a minha tiz tiz tão linda, com a isabel e o nelson no pátio a salvar o meu mundo, com o rios e a paula a namorar, com a teresinha cheia de sushi por todos os lados, com o melícias musculado, com a patrícia campos a dançar um slow comigo, com o novo disco do paulo praça a vender milhões, com a sua patrícia a curtir nos concertos, com a marta e o tony mais felizes, com o esgar a acelerar, e a raquel miss z a passar blues, com o isaque a lamber qualquer merda e a norma a extrapolar de bom gosto, com o gesta a receber extraterrestres, a cristininha a fazer uma tatuagem comigo, a mafalda a ficar mais incrível a cada dia, com o senhor nuno a penetrar em todas as festas, com o artur, com o luís melo a pintar para caraças, com o nuno gomes a desempancar, com a velha-a-branca a ficar mais nova, com o paulo brandão a ganhar raios solares esplendorosamente, com o ramiro a descer os preços em flecha, com a filó ainda mais simpática, quase até rebentar, com o daniel de cuecas escondidas, com o velvet aberto todas as noites só com meshugga no som, com o patoska a defender o cinema americano de baixo teor calórico, enfim, com os caranguejos na praia, alinhados, a levarem no cu forte e feio para aprenderem a não andar para trás. o caminho é em frente, nem que pela frente se afiem as pedras do chão como lâminas abrindo-nos os pés em quatro
esta imagem é do artista césar figueiredo, que teve a simpatia de ma enviar e sobre quem escreverei um post decente tarda nada. muito obrigado, césar, o teu trabalho é muito bonito
Boas festas para ti, valter, com todas essas coisas ao quadrado (mas com Sócrates!). Quanto a mil livros meus, bolas, se conseguir proporcionar, com este último, uma boa hora de leitura a alguns amigos e amigas, já fico todo contente! E já nem preciso de escrever mais nenhum! Abraços!
ResponderEliminarUFA!!! ainda bem que recebi pessoalmente as boas festas!
ResponderEliminarmeu querido valter, obrigada por todos os momentos quando nos cruzamos.
Sem André Sardet? E como ficariam as minhas insónias?
ResponderEliminarE a minha necessidade de literatura densa e tensa de ideias raras ("Eu não sei o que me aconteceu...")?
Com a vossa complacente licença: há cocó fatal para o equilíbrio de toda a vida terrestre, dos minerais, dos efeitos electromagnéticos...
Além de que, e isto é elementar, como poderíamos apreciar o muito bom sem ter a noção do que é o muito mau?
Um brinde ao cocó...
a melhor mensagem-de-boas-festas de sempre!!!
ResponderEliminartchim tchim a todos... e um beijo especial em ti*
valter, coitados dos caranguejos. há muito quem goste de os papar. talvez não saibas mas sou uma aferroada defensora dos animais. um dia falaremos sobre isso, caso te interesse. para já importa apenas dizer que rapazitos das garras andam meio de lado, não será bem para trás. mas que importa isso? afinal o que interessa mesmo é andar. parado, paradinho, morto é que não. e já que temos que viver que seja a cantare a dançar, claro. um dia destes ainda te apanho por ai a dançar na notas. sem pensar nos movimentos. ah - entrega um grande abraço à isabel, ao isaque e a ti. de mim. diz-vos que tenho saudades vossas. e não esqueças o objecto cardíaco. mima-o tu próprio porque te garanto que és a melhor pessoa para o fazer. beijos sonoros.
ResponderEliminarah - a patricia a curtir nos concertos não sou eu...
ResponderEliminardigamos que é um trabalho em progresso...
ResponderEliminarrui, deixa-me densificar aqui o piropo:
«Como se perguntasse o teu
nome, e um eco de mim
respondesse
que não existes
e me apetecesse morrer
mesmo assim à tua porta.»
(excerpto do poema «Wong Kar-Wai», do livro Revolver, do Rui Lage)
obrigado a todos pelas respostas, quando estiver mesmo muito corado tiro foto e publico para verem. beijos
Não foste só tu que quiseste ficar calado. Também eu, este ano, dispensei os "abraços protocolares"...
ResponderEliminarAs festas passam... e nós ficamos, pensando nas próximas... se passarão também...
Beijos e bom 2007
eu acredito em boas festas, acredito nas tuas maravilhosas festas, e quero muitas muitas muitas festas (tuas de preferência, porque gosto)daquelas com resmas de malícia. também eu deconectei. detesto entrar na jogada emocional-consumista que invade este último mês do ano. por isso não entrei. sim, sem sardet e sem essas coisas todas que não interessa nada. eu quero entrar é contigo e quero que entres comigo e com os amigos e o calor amor humor (negro e azul e branco às bolinhas) e tudo e tudo e tudo. muitas, mas muitas festas, suaves, intensas e violentas, em ti, por todo o teu corpo* e como dizem os nossos irmão tropicalissimos: bola pra frenti que atrás vem genti*até já*inês*
ResponderEliminareu também não acredito
ResponderEliminareu também acredito...
valter:um beijo grande e um longo abraço e um poema que tem andado à minha volta, e por dentro, nestes dias de boas festas -um fascínio de equilíbrio entre forma e conteúdo, a subscrever por inteiro a tua conclusão. É bom que existas muito assim para podermos gostar de ti.
ResponderEliminarAna P.
One Art
The art of losing isn't hard to master;
so many things seem filled with the intent
to be lost that their loss is no disaster.
Lose something ever day. Accept the fluster
of lost door keys, the our badly spent.
The art of losing isn't hard to master.
Then practice losing farther, losing faster:
places, and names, and where it was you meant
to travel. None of these will bring disaster.
I lost my mother's watch. And look! my last, or
next-to-last, of three loved houses went.
The art of losing isn't hard to master.
I lost two cities, lovely ones. And, vaster,
some realms I owned, two rivers, a continent.
I miss them , but it wasn't a disaster.
Even losing you (the joking voice, a gesture
I love)I shan't have lied. It's evident
the art of loosing's not too hard to master
though it may look like (Write it!)like disaster.
Elizabeth Bishop (1911-1979)
"acredito cada vez menos em boas festas", eu já não acredito.
ResponderEliminarMaria Costa
boas festas, claro :)... sem sardet, mas com sardinha apotes... apotes???... ou a potes!!! potes apotes apotes... ora, q se lixe!não vou perder o sono por causa disso... humnmm...bem, boas festas (tou-me a repetir!!!deve ser do fdpdpdi)
ResponderEliminar.
ResponderEliminarsem amigos com telemóveis secretos? (risos)
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olha, o que eu queria era um 2007 pleno de inquietações. para os dois.
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tchim-tchim pra ti e muitos objectos cardíacos para nós!
ResponderEliminarTenho a certeza que vai bater a mensagem de ano novo do Cardeal Patriarca.
ResponderEliminarUm abraço. Até 2007.
Tiago
Viva o pós-natal 2006!
ResponderEliminarAna Lúcia
Aqui em Angola, por graça, e porque somos optimistas (que remédio!), usamos dizer: "Yá! Sem dúvidas que este ano foi melhor.... que o próximo.
ResponderEliminarDonde, as perspectivas são sempre animadoras pois, 2007 tem sempre a hipótese de ser melhor... que 2008.
Por mim continuo a acreditar nas boas festas, no pai natal e até num mundo cheio de boas intenções, que hei-de fazer? sou assim mesmo. Por isso, junto a minha voz à sua, nos votos para o ano menino que vai chegar. Como tal, desejo-lhe um ano preenchido de muitas coisas.
ResponderEliminarGostei particularmente da imagem dos caranguejos, bom seria aplica-la, não só aos pobres animais mas também, ao nosso canto lusitano; umas palmadas bem aplicadas talvez seja o que nos falta, a todos, para começarmos a andar para a frente.
um bom ano
margarida
UFA! ao menos estou associada a algo que gostamos bués! ah, e a inês também!
ResponderEliminarbeijos.
Simplesmente genial. Bom Ano de 2007.
ResponderEliminarQuem será que lá vem? No fim desse caminho de negras amoras, nesta manhã feixe de cãibras, vacila em cada passo trôpego, despe-se dos espinhos que a ladeiam e vem. Já quase aqui, desfalece em palavras, traga o cuspo e diz-me : "vai correr bem"
ResponderEliminarUAU!!!
ResponderEliminarque imagem linda, tens lá em cima!
já estás em mudanças para o novo ano?
amei!
Retribuo o teu link, nas minhas Vizinhanças. Um amor avassalador de três dias não deixa de ser amor e eterno, não é?
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