na manhã de domingo só os crentes se assemelham aos pássaros, acordados pelas razões mais insondáveis do céu
29.4.07
27.4.07
novos amigos, heheheheheh
porque a vida não pára, e porque afinal ainda acredito e vou acreditar sempre nos outros, apresento desta forma uma solene proposta para tornar meros conhecidos, ou amigos de alguma distância, em amigos de coração cheio: margarida lentes, joão mendes (sim, tu, de ponte da barca), jorge ventura (sim, tu, de estarreja), ricardo pereira (sim, tu, de lisboa), joana vasconcelos, rui alberto franco (sim, não deve haver mais nenhum, és mesmo tu). abraço a todos
26.4.07
sexta 27, às 22 horas, na maria vai com as outras
conversa informal sobre o meu livro «pornografia erudita» com leitura de poemas. entrada livre para amizades e abraços e beijos e manifestações bonitas de ansiedade. apareçam. estarei na maria como um manel bem comportado.
maria vai com as outras
loja de livros, tabacos, chás, artesanato, mobiliário, vinhos, outras cores, outros cheiros, outros sabores
loja de livros, tabacos, chás, artesanato, mobiliário, vinhos, outras cores, outros cheiros, outros sabores
R. do Almada, 443, Porto. tel.220167379
estou a receber estranhas mensagens no meu telemóvel de um número que não reconheço. peço que me deixem em paz. se quiserem plantar-se na casa de alguém até criarem raizes, por favor não me escolham. estou com pouca paciência para brincadeiras e vou ficar já já muito mal humorado. para me animar, coloco sempre um disco a tocar e canto até ficar parvamente rouco. adoro
serve a presente fotografia para vos dizer que esta noite (de quinta para sexta) às duas da manhã, e amanhã às 16 e 30h, poderão assistir ao programa zoom, da rtpn, no qual a isabel lopes gomes me entrevista na biblioteca municipal florbela espanca, em matosinhos. é vaidoso que vos convido para a conversa com uma das mais competentes, simpáticas e bonitas apresentadoras da nossa televisão
24.4.07
23.4.07
hoje, às 21 horas, na biblioteca de vila do conde
este fim de semana descobri que dois dos amigos que mais prezava me trairam. foi um balde de água fria no sábado e outro no domingo. estou mais pobre em dois amigos, e sei que tão cedo não vou sentir-me bem. lembro-me de alguém que se ria de mim e dizia que eu não poderia ter tantos amigos verdadeiros, que isso não era possível. e eu refutava. garantia que tinha a plena confiança nas pessoas com quem me abria, a quem confessava os meus medos e anseios e com quem me debatia quando precisava de lamentar os meus azares. de facto, por motivos absolutamente distintos, duas das pessoas que eu mais adorava aliaram-se a quem mais me prejudicou em toda a vida, numa insensibilidade brutal para com os meus sentimentos. sinto-me tão severamente roubado. como se me tivessem vindo roubar a casa
20.4.07
diário de poucas notícias
o fim do suplemento 6.ª do diário de notícias é simplesmente vergonhoso. o modo como desapareceu sem uma palavra revela uma falência muito grande por parte da nova direcção daquele jornal no que respeita aos assuntos culturais. espero que se redimam urgentemente, não vá a gente abdicar de pensar no diário de notícias e fazer o esforço para se bastar com o público e mais imprensa estrangeira
19.4.07
ainda não é nada para se explicar, mas é verdade que, se tudo correr bem, a partir de setembro viverei em riade, no coração da arábia saudita, com verões de constantes 45 graus e pena de prisão para o sexo fora do casamento. por vezes a vida surpreende-nos com estas coisas. e eu vinha pedindo uma surpresa há muito. estou surpreendido
15.4.07
domingo }a noite, aqui nada de mais, dia da semana, so para nós nao. riade ]e uma cidade estranha, gigantesca, de edificios feitos para gente com 20 metros, poucos passeios, ninguem na rua, quase n\ao ha transportes publicos, senao taxis e autocarros escolares. as pessoas ganham rios dfe dinheiro e uma percentagem muito grande de mulheres, talvez 40 por cento, ainda cobre a cara fora de casa. os homens equivalem se. de branco, a cabe;a coberta de panejamentos, muitos serios. a internet aqui e uma raridade. pedir para consultar a internet nao foi um problema no hotel monumental do rei, construido pelo norman foster, mas em qualquer outro lado é mal vista. os discos da shakira estao censurados, à mao, sendo o corpo dela coberto por tinta preta ou vermelha, de fora fica so a cabeca. nao se vendem livros em quase lado algum. nao devemos olhar para as mulheres (nunca falar para uma mulher) nem rir alto nem curzar as pernas quando sentados nem andar de bra;os destapados nem desobstruir a graganta em publico.
fui jantar sushi maravilhoso, oriental de gema. ha filas para homens e filas para mulheres. as mulheres nao podem comer ao pe dos homens. ha uma area escondida de todos onde ficam com as criancas. as vestes dos homens mais ricos sao de seda muito fina e brilhante. com a luz tornam se muito transparentes e da para perceber lhes a roupa interior. nao obstante, riade e coisa de se viver. acho que vou ficar por ca
fui jantar sushi maravilhoso, oriental de gema. ha filas para homens e filas para mulheres. as mulheres nao podem comer ao pe dos homens. ha uma area escondida de todos onde ficam com as criancas. as vestes dos homens mais ricos sao de seda muito fina e brilhante. com a luz tornam se muito transparentes e da para perceber lhes a roupa interior. nao obstante, riade e coisa de se viver. acho que vou ficar por ca
12.4.07
fui
agora é de vez. dentro de um pouco o josé luís peixoto está aí à porta e dá-me boleia para lisboa. assim que possa, volto ao blogue. quem sabe não nos instalam num maravilhoso lugar cheio de computadores ligados à internet? até já
em vila do conde escolhem-se as sete maravilhas do concelho. porque é que eu acho que isto vai ser ideia a varrer o país? seja como for, e porque não posso votar em alguns pares de pernas que por aqui costumam passar, os meus votos vão para: mosteiro de s. bento e capela de s. joão em vairão; aqueduto; capela da senhora da guia; mosteiro e igreja de santa clara; igreja matriz de vila do conde; castro de s. paio em labruge; igreja e mosteiro de são simão da junqueira.
na página da câmara municipal, onde a votação ocorre, a coisa não está bem pensada, porque podemos passar a tarde a votar nas maravilhas de que gostamos e garantir a vitória. o sistema não elimina a hipótese de um mesmo votante investir mais do que uma vez no jogo. é pena, pode virar uma batotice pegada. porque tenho uma paixão íntima pela capela da senhora da guia (na fotografia), estive quase a votar três vezes
11.4.07
no jornal de letras que hoje comprei sai uma matéria de rita silva freire sobre a estreia de vasco monteiro na galeria módulo, em lisboa. duas imagens foram o suficiente para me fascinar o suficiente para procurar na internet mais informação. fiquei contente por encontrar uma página pessoal com uma boa colecção de trabalhos de onde retiro estes dois belíssimos. vou fazer todos os esforços para poder ir ver esta exposição na minha passagem breve por lisboa a caminho ou na volta da arábia saudita
também fui aluno de uma universidade privada que deu uma certa barraca, a universidade moderna que, a dada altura se viu catapultada para os jornais por uma miríade de histórias mal contadas (e que para sempre ficaram mal explicadas ao público em geral) que envolviam uns mercedes e outras coisas mais. para mim, e para os meus colegas, isso serviu para que nos olhassem de canto, desconfiados da validade dos nossos diplomas como se chegássemos de mercedes novos todas as semanas. esse estigma não se apagou. muitos anos depois, dizer que tirei o curso na universidade moderna ainda dá direito a ouvir umas bocas foleiras, por mais que muita gente se queira convencer de que já não é coisa de que as pessoas se lembrem.
o que está a acontecer com a universidade independente é muito pior, porque com a moderna nunca esteve em causa a qualidade dos cursos. por este motivo, acredito que quem está licenciado por aquela instituição, e à semelhança do que se passa com quem se licenciou pela moderna, sofrerá longamente as consequências do que acontece agora. como acredito que ficarão melhor os que, agora, possam ir acabar os cursos noutras instituições e obter um diploma com uma tutela diferente.
por estas e por outras, estando em causa a credibilidade profissional de milhares de pessoas, não compreendo o silêncio de sua excelência o primeiro-ministro licenciado em engenharia civil. toda e qualquer coisa que possa prejudicar, mais ainda, a imagem da universidade independente no que respeita à qualidade académica tem de ser sumariamente erradicada. e, por isso, o primeiro-ministro deveria dar o exemplo, atempadamente mostrando e provando a toda a gente que se licenciou com mérito dentro da mais estrita legalidade e assim não permitir que se levante muito tempo a ideia de que alguém ali poderá ter adquirido um diploma por razões obscuras
10.4.07
9.4.07
na próxima sexta-feira, dia treze, às treze horas, se tudo correr bem, embarco no avião privado de sua alteza real o príncipe fayçal, rumo à arábia saudita. integrarei uma comitiva do ministério da cultura que visitará aquele país durante cinco dias. tenho medo de andar de avião, mas não o suciente para perder uma oportunidade de contactar de perto com a grande super-potência do petróleo e vislumbrar, de alguma forma, o modo de vida de um povo tão distinto do nosso com uma cultura milenar e esplendorosa.
a foto é da mesquita de meca, na verdade, não sei se o programa inclui uma visita a essa quase mitológica cidade, mas será talvez o lugar que mais gostaria de conhecer
venha a nós o vosso reino
na rua independência da guiné, vila do conde, o compasso passou composto por raparigas muito novas, de óculos de sol na cabeça, sem paramentos, com um saquinho para recolherem donativos e um paleio básico tipo aleluia aleluia. parecia mais uma coisa de brincadeira, o que me deu a ideia de, no próximo ano, fazer o mesmo e meter ao bolso o dinheiro dos católicos tão crentes. por outro lado, a colheita deve ser maravilhosa, gostaria de saber se há contagem exacta desse dinheiro e se a igreja anuncia aos fieis quanto rendeu a coisa e, sobretudo, o que pensa fazer com a riqueza. hummmm, que grande ideia, aleluia irmão, cristo ressuscitou, passa para cá uma nota
8.4.07
coisas tolas antes da meia-noite
quero namorar com alguém,
não quero namorar com ninguém,
quero namorar com alguém,
não quero namorar com ninguém,
quero namorar com alguém,
quero quero quero,
não quero namorar com ninguém,
quero namorar com alguém,
não quero nada, não quero,
quero muito namorar com alguém,
não quero ninguém e não quero e não quero,
quero namorar com alguém,
alguém quer?
não quero, não quero ninguém,
não quero, não quero nada, não quero,
quero namorar com alguém, é verdade,
esta é que é a verdade, não quero,
quero, quero, só estou é com medo,
não estou nada, lá tenho medo dessas coisas,
não quero, pronto,
queroooooooooooooooooooo,
não,
quero namorar com alguém, ok, quero,
e quero e quero e quero,
nada, nada mesmo, só estou a gozar,
queria tanto, mas nada, só perda de tempo,
e nada,
quero nada namorar com alguém,
quero muito namorar com alguém,
não quero namorar com ninguém,
quero mesmo namorar com alguém,
não quero candidaturas,
não quero ninguém, quero,
quero candidatiras, não,
quero, quero, quero ninguém, quero
beijos e abraços e boca, quero,
não quero ninguém,
quero namorar com alguém,
quero, já, namorar não
sim, namorar com alguém
7.4.07
smartini - sugar train
página oficial aqui
myspace aqui
distribuição do disco pela compact records aqui
ao vivo aqui
sugar train é o título do longa duração de estreia dos smartini, um projecto de caldas das taipas - ali metido entre braga e guimarães - que prima pelo rock de guitarras ao jeito dos anos 70/80, com referências para gurus como sonic youth, dinosaur jr, the stooges, yo la tengo, entre outros.
são oito temas cantados em inglês que tendem para uma energização fulgurante. amantes do noise, buscam a intensificação das guitarras através de avanços e recuos inteligentes, criados como se fossem investidas de inspecção de terreno e ataque. o resultado é um trabalho de grandes modulações que tanto se adocica como se amarga. muito eficaz nesse resultado, sugar train é o típico disco de rock posterior a sonic youth, um disco que pode apelar a algum tom mais progressivo, mas que resiste sobretudo por aquele espectro de texturas que lhe conferem uma destreza de humores cativante.
em portugal poderemos encontrar nos antigamentes um projecto que se ligará a este pela busca de um certo sónico português, os more república masónica. mas também será possível familiarizá-los com os novos linda martini, por exemplo. neste sentido, é mais uma prova de que o rock propriamente dito está de volta e está em grande força no rectângulo nacional. com nomes como the vicious five, dapunsportif, linda martini, mundo cão, x-wife, e agora os smartini, o país do fado pode candidatar-se seriamente a ser um caso valioso para o rock contemporâneo.
sugar train é uma edição de autor que será posta à venda a partir do dia 16 deste mês com distribuição da compact records.
entretanto, a banda apresenta-o ao vivo no dia 20, n' o meu mercedes, porto, e a 21 no musicbox, lisboa.
podem encontrar pormenores práticos em relação à aquisição e prévia escuta de sugar train nas ligações que acima coloquei.
eis um disquinho para nos alegrar a páscoa, isso sim
nem sempre te vejo, nem sempre me pertences ao absoluto conceito dos olhos. prefiro ficar pelo escuro, quando é assim. esperar ouvir-te, garantir que é seguro perscrutar o espaço, porque então estarás presente. hoje, um dia estranho, sei que está sol mas habituo o coração às trevas e penso só nos dias a seguir. quando vieres e pudermos demorar juntos sobre a cama de água a rir de tudo
6.4.07
5.4.07
mão morta - lautréamont - pub da boa
MALDOROR
por
MÃO MORTA
11 e 12 de Maio
Theatro Circo - Braga
A partir de “Os Cantos de Maldoror”, a obra-prima literária que Isidore Ducasse, sob o pseudónimo de Conde de Lautréamont, deu à estampa nos finais do séc. XIX, os Mão Morta, com os dedos de alguns cúmplices, estruturaram um espectáculo singular onde a música brinca com o teatro, o vídeo e a declamação.
Aí se sucedem as vozes do herói Maldoror e do narrador Lautréamont, algumas imagens privilegiadas das muitas que povoam o livro, sem necessidade de um epílogo ou de uma linearidade narrativa, ao ritmo da fantasia infantil – o palco é o quarto de brinquedos, o espaço onde a criança brinca, onde cria e encarna personagens e histórias dando livre curso à imaginação.
Em similitude com a técnica narrativa presente nos Cantos, a criança mistura em si as vozes de autor, narrador e personagem, criando, interpretando e fazendo interpretar aos brinquedos/artefactos que manipula as visões e as histórias retiradas das páginas de Isidore Ducasse, dando-lhes tridimensionalidade e visibilidade plástica. O espectáculo é constituído pelo conjunto desses quadros/excertos, que se sucedem como canções mas encadeados uns nos outros, recorrendo à manipulação vídeo e à representação.
Como um mergulho no mundo terrível de Maldoror, povoado de caudas de peixe voadoras, de polvos alados, de homens com cabeça de pelicano, de cisnes carregando bigornas, de acoplamentos horrorosos, de naufrágios, de violações, de combates sem tréguas… Sai-se deste mundo por uma intervenção exterior, como quem acorda no meio de um pesadelo, como a criança que é chamada para o jantar a meio da brincadeira – sem epílogo, sem conclusão, sem continuação!
INTERVENIENTES
Texto Original: Isidore Ducasse dito Conde de Lautréamont;
Selecção, Versão Portuguesa e Adaptação: Adolfo Luxúria Canibal;
Música: Miguel Pedro, Vasco Vaz, António Rafael e Mão Morta;
Encenação: António Durães;
Cenografia: Pedro Tudela;
Figurinos: Cláudia Ribeiro;
Vídeo: Nuno Tudela;
Desenho de Luz: Manuel Antunes;
Interpretação: Mão Morta (Adolfo Luxúria Canibal – voz / Miguel Pedro – electrónica e bateria / António Rafael – teclados e xilofone / Sapo – guitarra / Vasco Vaz – guitarra e xilofone / Joana Longobardi – baixo e contrabaixo);
Produção: Theatro Circo e IMETUA – Cooperativa Cultural
Mais datas agendadas: 19 de Maio em Portalegre
Promoção:
Raquel Lains Móvel: 91 722 17 31Email: raquellains@netcabo.pt e promo@raquellains.com
Myspace: www.myspace.com/raquellains Website (brevemente): www.raquellains.comMorada: Rua Saraiva de Carvalho, n.º226, 1º dto 1250-245 Lisboa
por
MÃO MORTA
11 e 12 de Maio
Theatro Circo - Braga
A partir de “Os Cantos de Maldoror”, a obra-prima literária que Isidore Ducasse, sob o pseudónimo de Conde de Lautréamont, deu à estampa nos finais do séc. XIX, os Mão Morta, com os dedos de alguns cúmplices, estruturaram um espectáculo singular onde a música brinca com o teatro, o vídeo e a declamação.
Aí se sucedem as vozes do herói Maldoror e do narrador Lautréamont, algumas imagens privilegiadas das muitas que povoam o livro, sem necessidade de um epílogo ou de uma linearidade narrativa, ao ritmo da fantasia infantil – o palco é o quarto de brinquedos, o espaço onde a criança brinca, onde cria e encarna personagens e histórias dando livre curso à imaginação.
Em similitude com a técnica narrativa presente nos Cantos, a criança mistura em si as vozes de autor, narrador e personagem, criando, interpretando e fazendo interpretar aos brinquedos/artefactos que manipula as visões e as histórias retiradas das páginas de Isidore Ducasse, dando-lhes tridimensionalidade e visibilidade plástica. O espectáculo é constituído pelo conjunto desses quadros/excertos, que se sucedem como canções mas encadeados uns nos outros, recorrendo à manipulação vídeo e à representação.
Como um mergulho no mundo terrível de Maldoror, povoado de caudas de peixe voadoras, de polvos alados, de homens com cabeça de pelicano, de cisnes carregando bigornas, de acoplamentos horrorosos, de naufrágios, de violações, de combates sem tréguas… Sai-se deste mundo por uma intervenção exterior, como quem acorda no meio de um pesadelo, como a criança que é chamada para o jantar a meio da brincadeira – sem epílogo, sem conclusão, sem continuação!
INTERVENIENTES
Texto Original: Isidore Ducasse dito Conde de Lautréamont;
Selecção, Versão Portuguesa e Adaptação: Adolfo Luxúria Canibal;
Música: Miguel Pedro, Vasco Vaz, António Rafael e Mão Morta;
Encenação: António Durães;
Cenografia: Pedro Tudela;
Figurinos: Cláudia Ribeiro;
Vídeo: Nuno Tudela;
Desenho de Luz: Manuel Antunes;
Interpretação: Mão Morta (Adolfo Luxúria Canibal – voz / Miguel Pedro – electrónica e bateria / António Rafael – teclados e xilofone / Sapo – guitarra / Vasco Vaz – guitarra e xilofone / Joana Longobardi – baixo e contrabaixo);
Produção: Theatro Circo e IMETUA – Cooperativa Cultural
Mais datas agendadas: 19 de Maio em Portalegre
Promoção:
Raquel Lains Móvel: 91 722 17 31Email: raquellains@netcabo.pt e promo@raquellains.com
Myspace: www.myspace.com/raquellains Website (brevemente): www.raquellains.comMorada: Rua Saraiva de Carvalho, n.º226, 1º dto 1250-245 Lisboa
4.4.07
inland empire - depois das três longas horas
ficou claro, depois do que disse ontem, que sou um admirador convicto do trabalho de lynch e que esperava de inland empire uma surpresa capaz de me animar para o cinema durante muito muito tempo. bem, só o reitero porque, depois das três longas horas do filme, me deu tal ataque de irritação que apenas um realizador muito íntimo poderia merecer-me. qualquer outro realizador que tivesse assinado este filme - talvez com a excepção de mais dois ou três nomes - teria feito com que eu me levantasse e saisse porta fora, como aconteceu com tanta gente ontem. a isto chama-se expectativa, uma fidelidade para com um criador assente na admiração profunda por tudo quanto conhecíamos dele.
inland empire é, claramente, a esclerose de lynch, o momento em que já não está interessado em contar grande coisa senão a ideia base da narrativa não lógica, não sequêncial, não real. como se o filme fosse um sonho de três horas, com muito de pesadelo, e nos devessemos deixar levar em busca de algo que nunca vai ser encontrado. laura dern - maravilhosa, divina - começa por ser uma actriz algo loira que recebe em casa uma estranha vizinha que lhe dá (acho) a possibilidade de ver o dia de amanhã. a partir daí, nunca mais sabemos com certeza em que tempo exacto estamos. e isso é dito por laura dern a dada altura. no fim do filme, e como começa a ser cliché em lynch, regressamos a essa cena inicial, com a vizinha e a sua cara sinistra, e dern com ar de quem conheceu algo que, por natureza, não deveria conhecer. a sala enche-se de prostitutas que saltam de outras partes do filme para aquela e ouve-se nina simone. enfim. o que fica pelo meio é uma quantidade de entradas e saídas por portas que mudam a realidade espaço-temporal, traições amorosas, cenas de gravação de um filme romântico, jeremy irons, prostituição, decadências várias e a boca da laura dern - a melhor invenção do homem desde a roda.
a mim parece que lynch descobriu o surrealismo e regrediu a ele. ou seja, até aqui podia surrealizar sem se afundar nos seus conceitos já tão explorados. agora parece que regrediu e se quer tornar realizador de cães andaluzes no século vinte e um. não estaria de todo mal se o filme fosse brilhante e se, talvez, demorasse noventa minutos, o bastante para entendermos o que há para entender.
o facto de este ser o seu primeiro filme inteiramente digital (e ao que parece daqui para a frente será sempre assim) ajuda a que o filme adquira um estranho ar de video, com muito grão, muita sobre-exposição, enfim, um ar de série b de televisão. não sei, até por isso, se me agrada. o que ficaria interessante num apontamento, levado ao extremo de três horas retira muita da classe estética do cinema e transforma-o num exercício caprichoso de quem pode fazer o que lhe apetece optando pela pior das hipóteses: a de desprezar o espectador oferecendo-lhe um resultado pouco sedutor importado sobretudo com dar nós em personagens - não digo dar nós na história, porque na verdade todas as histórias ali se perdem.
vejam por vocês mesmos, sejam felizes se puderem, sabem que é sempre o que vos desejo
3.4.07
inland empire
2.4.07
estou surpreso por ainda não ter aparecido um magnata que esteja disposto a oferecer-me um t1 em machico em troca de um romance inspirado na sua pessoa. que seca, mas será que em portugal não há quem veja as coisas pelo lado poético da vida? seria biograficamente precioso para mim e para o mecenas constar que tal livro se escrevera por tais motivos. em machico é que a vida é bela. vamos, cheguem-se à frente, caramba, que demora
(diz) a verdade, letra
uma boa parte das buscas que vêm ter ao meu blogue nestes últimos dias são feitas por quem procura a letra do tema «(diz) a verdade» cantado pelo paulo praça. a letra - vocês já estão carecas de saber - da minha autoria, fica então aqui reproduzida, em jeito de divulgação do trabalho do paulo.
se te perguntarem por nós, sobre
que coisa fazemos quando estamos
juntos, diz a verdade
que deslocamos os cometas sem
querer, as estrelas para desenhos e
a lua garantindo o amor
diz a verdade sobre a intervenção
na cósmica escolha dos casais,
a obrigação de nos obedecer
não fosse o universo desentender quem
somos e favorecer a separação ou,
pior, o não nos havermos conhecido
que coisa fazemos quando estamos
juntos, diz a verdade
que deslocamos os cometas sem
querer, as estrelas para desenhos e
a lua garantindo o amor
diz a verdade sobre a intervenção
na cósmica escolha dos casais,
a obrigação de nos obedecer
não fosse o universo desentender quem
somos e favorecer a separação ou,
pior, o não nos havermos conhecido
antena 3
o «disco de cabeceira» do paulo praça é o disco da semana na antena 3, para passar na íntegra. na quinta-feira, dia massivo, manhã à noite será dia do paulo
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