17.2.07

a imagem primeiro, o poema depois, um

é muito impreciso o morrer de amor, poderia
dizer-te apenas que amo quem tive por um
mês em toda a vida e me vendeu ao inimigo.
é ingrata a forma como te ato os pés e te
impeço de fugir, porque ao pensamento não
foram dadas pernas e vejo-te escapulir pelos
meus olhos, pelo interior azul das veias secando.
quero fazer-te morrer de amor por mim,
com a violência da urgência, superlativa
sobre a dádiva da emoção. quero acabar de
vez com a mania irritante de ires embora.
quero vingar-me de quem me deixou usando
a tua inocência ridícula, que desprezo, enquanto
me enfurece à medida em que te engano e te
faço acreditar, noite após noite, ao menos durante
um mês, que eu te farei feliz

imagem rui effe, poema valter hugo mãe

1 comentário:

  1. ata-me, deixa-me prisioneira de maos e pés e pensamentos...

    engana-me, mas deixa-me assim, ridiculamante atada... e feliz...

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